Agnes Grey - Anne Brontë
Romance de estreia da autora Anne Brontë, publicado em 1850 sob o pseudônimo de Acton Bell. A obra é uma narrativa semi autobiográfica que retrata a vida de uma jovem governanta na Inglaterra vitoriana, oferecendo uma crítica perspicaz às injustiças sociais e às normas rígidas da época. A história é contada em primeira pessoa pela protagonista, Agnes Grey, proporcionando uma visão intimista e emocional dos eventos que moldam sua vida.
A trama segue Agnes desde sua infância, quando decide se tornar governanta para ajudar financeiramente sua família, até sua jornada por diferentes famílias aristocráticas, onde enfrenta diversos desafios e adversidades. Agnes Grey é a mais nova de uma família feliz e endividada. Sua primeira experiência como governanta é na casa da família Bloomfield, que a trata de forma cruel. As crianças são mimadas e o filho mais velho tortura animais; a governanta sofre nas mãos das crianças pois a senhora Bloomfield Agnes Grey é a mais nova de uma família feliz e endividada. Para provar seu valor, ela consegue se empregar como governanta com a família Bloomfield, que a trata de forma cruel. As crianças são mimadas e o filho mais velho tortura animais. Agnes não tem liberdade para ensinar as crianças e acaba sofrendo com seus caprichos já que a mãe, a senhora Bloomfield, aceita os comportamentos dos filhos. Depois da primeira experiência Agnes acaba passando pela casa de outra família, mas o cenário da crueldade não muda.
O romance oferece uma análise profunda das relações sociais e das disparidades de classe na sociedade inglesa do século XIX, através das experiências de Agnes em ambientes domésticos complexos e muitas vezes opressivos.
A narrativa é habilmente construída, com uma prosa elegante e reflexiva que reflete as preocupações morais e éticas da autora. Anne Brontë aborda questões como a exploração das classes trabalhadoras, a condição feminina e as limitações impostas às mulheres na sociedade da época. Agnes é uma heroína admirável e resiliente, cuja força interior e integridade moral a ajudam a superar os desafios e a manter sua dignidade em face da adversidade.
Os personagens são ricamente desenvolvidos, com nuances psicológicas que os tornam tridimensionais e realistas. Agnes encontra-se frequentemente em conflito com os empregadores egoístas e cruéis, como a Sra. Bloomfield e a Sra. Murray, e é através desses confrontos que ela demonstra sua coragem e determinação em defender seus princípios e valores.
Além disso, o romance também explora temas como amor, redenção e a busca por sentido e propósito na vida. O relacionamento de Agnes com o reverendo Edward Weston é especialmente comovente, pois oferece a ela uma oportunidade de encontrar felicidade e realização pessoal, apesar das dificuldades e obstáculos que enfrenta.
Em suma, "Agnes Grey" é uma obra-prima da literatura vitoriana que continua a cativar os leitores com sua escrita envolvente, personagens memoráveis e poderoso comentário social. Através da jornada de Agnes, Anne Brontë oferece uma visão perspicaz e comovente da condição humana e das lutas enfrentadas por aqueles que desafiam as convenções e expectativas da sociedade em que vivem. É uma leitura essencial para qualquer pessoa interessada na literatura do século XIX e nas complexidades da experiência humana.
Agnes Grey é uma protagonista encantadora e se mostra disposta a enfrentar as convenções sociais da época e se firmar como uma mulher corajosa e dona de si.
“Quanto maiores as dificuldades, mais duras nossas privações atuais - maior deveria ser nossa alegria para suportar os obstáculos, e nosso vigor para lutar contra eles.”
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Anne Brontë nasceu a 17 de janeiro de 1820, em West Yorkshire, Inglaterra. Sendo filha de um pobre clérigo irlandês na Igreja de Inglaterra, Anne Brontë passou a maior parte dos seus primeiros anos com a sua família na paróquia de Haworth, em West Yorkshire. Deixou Haworth para se tornar governanta entre 1839 e 1845, depois de passar muitos anos num colégio interno. Antes de publicar o seu primeiro livro de poesia, em conjunto com as suas irmãs, Anne passou a maior parte de sua vida trabalhando. Ela e as suas irmãs, que também usavam pseudónimos, eram bem conhecidas na comunidade literária londrina quando, em 1848, finalmente se pronunciaram sobre o seu uso de pseudónimos masculinos. A mais nova das três irmãs Brontë é, ainda hoje, amplamente considerada como a autora do primeiro livro feminista realmente revolucionário.