Antes que o café esfrie - Toshikazu Kawaguchi

Antes que o café esfrie - Toshikazu Kawaguchi
“Se fosse possível viajar no tempo, quem você gostaria de encontrar?”

"Antes que o café esfrie" foi o meu primeiro contato com a literatura  japonesa e foi uma experiência diferente. A diferença cultural é tão forte que percebemos através da escrita.

Esse livro é diferente - não consigo encontrar outra palavra para descrevê-lo. O autor começa nos entregando muitas informações, diversos personagens, poucas características, isso torna a narrativa muito difícil de entender e de visualizar os personagens. É uma narrativa focada em "onde e como" e "na experiência que os personagens vivem" e não nos porquês.

Com uma narrativa em terceira pessoa, conhecemos uma cafeteria de nome incomum, a despeito de sua reputação de poder proporcionar viagens no tempo, permanece quase igual a sua forma original, com poucas mudanças e modernizações ao longo dos anos em uma ruazinha estreita e silenciosa de Tóquio, em um subsolo, há mais de 100 anos, servindo um café cuidadosamente preparado.

Um livro com quatro capítulos, que eu os classifico como contos interligados, são quatro viagens no tempo de diferentes personagens, isso é um pouco confuso, justamente pela ausência dos porquês e, como não é uma história linear, é comum ter esse estranhamento.

É um livro que nos faz viajar entre o passado e o futuro, mas que precisa de atenção. É uma história sobre o amor e sobre como as decisões, ou omissões, que praticamos podem, irremediavelmente, decidir o futuro. Nos mostra que dizer a verdade é crucial porque o depois não é garantido.

“Dizer o que precisa ser dito é algo que requer coragem.”

Entre as viagens ao futuro e ao passado, as experiências são diversas, e a mensagem está relacionada aos valores que nutrimos e aos arrependimentos como frutos da nossa negligência afetiva. Isso nos faz pensar sobre o comportamento que temos e o que o futuro poderá nos cobrar. A vida acontece agora.

“O presente não tinha mudado - mas essas duas pessoas tinham. Tanto Hirai quanto Kohtake voltaram para o presente de coração mudado, prontas para seguir em frente.”

Um livro para ser desfrutado, acho que toda leitura vale a pena. Eu gosto de novas experiências e diversas leituras e, claro, tomei muito café por influência dos funcionários do café que sempre estavam servindo mais uma xícara. Foi divertido e gostoso! E, como o livro sugere, bebia antes que o café esfriasse.

“O café é uma bebida muito mais prazeroso bem quentinho.”

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Toshikazu nasceu em Osaka, no Japão, em 1971. “Antes que o café esfrie”, best-seller do USA Today e do Times de Londres, alcançou o primeiro lugar na lista de mais vendidos (ficção literária internacional) da rede de livrarias Waterstones, no Reino Unido, onde figurou por 23 semanas consecutivas e foi o romance traduzido mais vendido de 2020. No Japão, ultrapassou a incrível marca de 1 milhão de livros vendidos.